Not In Rivers, But In Drops
Os impérios do meu desejo
Resumem-se à distância
Que vai da minha dor
Ao teu beijo.
Um narciso, caído
Nos esquadros glaciais
Do teu coração:
Quebram-se cristais.
O teu corpo traduz todo o pecado
A que eu estou submetido
Em silêncio.
Pelo ódio ardente que corre
Dentro do mim,
À mentira que transpassa as palavras
Que me sussurras
Em sonhos.
O nascer do sol nos teus olhos
Prende a minha vontade
De ser livre.
26 Agosto, 2008
from the ruins of Rúben . 84am Etiquetas: Poesia at 8/26/2008 2 comentários
He Painted Tears Across The Skyline
Pulmões-vazios
from the ruins of Rúben . 84am Etiquetas: Poesia at 8/23/2008 1 comentários
Mar
A textura dos lábios priva-me de
Te tocar, pele em pele, desejo
Contra desejo.
Rasgado, caído, dilacerado
Por ti,
Que és a faca
De dois gumes que me corta
O peito vazio.
Lágrimas de distância flutuam
No vento, até
Chegarem ao teu corpo, queimarem
A tua carne, alimentarem-se
Do teu sorriso e
Existirem no
Nós que não há.
Quando sei que
Não posso ouvir a tua
Voz ou beber
Do mar, se deambulo
Pelos rios secos. Porque
Somos os beijos
De sangue
E os violinos
Sem som
Do
Nosso
Amor
Morto.
12 Agosto, 2008
from the ruins of Rúben . 84am Etiquetas: Poesia at 8/20/2008 3 comentários
Assim
Como podia eu esquecer
As palavras tatuadas
No fundo do ser?
Somos aquilo que existe,
E não fazemos parte
D i s t o;
Afinal dou-me demais
E enterlaço-me
No desespero
De não te sentir.
Porque nós sabemos que
Não podemos abraçar
Quem tem medo de
Ser tocado,
Pelo mesmo caminho aprendemos
Que o pior amor
É aquele que se torna
Um hábito.
17 Agosto, 2008
from the ruins of Rúben . 84am Etiquetas: Poesia at 8/18/2008 2 comentários
Essência
Quando quiseres podes-me arrancar
Do teu corpo melindroso
Com uma harmonia decrescente.
E quem sabe beijar as chamas
Frias dos cabelos.
Talvez até componhas ordenadamente
Fios de sangue sobre
O meu rosto
E rasgues
Violinos de cordas partidas,
Enquanto devoras
O meu coração,
Tal carnívoro esfomeado...
Até que serei
Um cadáver no mar
Com sal, sangue e veneno
Na boca,
Disperso na substância
Que me queima
As veias,
Insaciado, corrupto...
Como as tuas mãos,
Ávidas de lágrimas...
13 agosto, 2008
from the ruins of Rúben . 84am Etiquetas: Poesia at 8/13/2008 1 comentários
Silêncio
As formas vegetais do teu sorrir foram plantadas nos vasos das minhas veias.
Olhar para trás, pensar, contar, [esquece o pensar], seguir em frente, beijar, [voltar para trás], sorrir.
És a medida errada entre o amor e a dor. Já te vi através dos vidros desfocados de pano, cetim, seda, cobre, aço, ferro, mercúrio, água, fogo...sonhos. Os teus olhos são o que vai do pecar ao errar, do seguir ao partir, do matar ao matar-me.
Tens os traços apagados de uma escultura, os desejos amarelados do passado, e respirar-te o corpo não é nada mais do que sentir as unhas na pele, e da pele à carne, aos músculos, às veias, ao interior do abstracto minimalismo de chorar. Noções de espaço, toque, trocas, matéria, física, corpos, átomos, iões, catiões, carícias, beijos, feridas que vão abrindo sem doer. O meu caminho é o do chão, alcatrão, terra batida, tapetes vermelhos rasgados velhos, de te ver beber das palavras que entornas.
[Novo ponto importante] – Procurar objectos, coisas, corações, memórias, tempos, onde não estejas presente.
Voltar-me para os amores em que te impregnaste porque o fizeste sólido, inquebrável, irreversível, trivial, transparente. Eu escrevia, tu lias, e estar sentado, em pé, falar, olhar, ser, estar, ouvir, vem contigo, venho contigo, viciado na esperança alimentada e gasta.
[Voltando ao assunto] – A dor ficou sem as lágrimas, as palavras, tudo-o-que-eu-apaguei-para-te-tentar-esquecer, até perceber que o esquecimento abre um buraco que é teu, e te tem, e te mostra. [voltar para trás] A dor veio, sem lágrimas, as palavras, tudo-o-que-eu-apaguei-e-procurei-em-ti-para-te-lembrar-pelo-esquecimento, até perceber que...encontrei paz.
[Sorrir] – Paz.
[Chorar] – A paz não é felicidade. A paz é ter-te dentro de mim e não te remexer/tocar/olhar. É lembrar-te em silêncio, é sentir dor no sorrir, abraçar e não sentir. Paz de não gritar, correr, ser. Paz de não viver. Essa paz é a calma que o teu sorriso já não me traz, a violência doce com que me eras, a insanidade da necessidade de te ser, tocar, ouvir.
A paz é não te ter e a certeza que nunca te terei.
5 agosto, 2008
from the ruins of Rúben . 84am Etiquetas: Prosa Poética at 8/06/2008 0 comentários
Física
quero-te lamber as cores do arco-íris,
rebolar pelos vales dos teus braços
nadar nos lagos dos teus olhos
beber da água da tua fonte,
e saltar os prados do teu ventre.
gritar "saudade" no horizonte,
sentir-te em mim em...calmamente,
trincar-te as rosas dos lábios
dançar no sol do teu sorriso...
olhar para a costa do teu mar...
e se nada disso me for concedido,
eu só quero morrer no teu coração!
para amar.
2 agosto, 2008
from the ruins of Rúben . 84am Etiquetas: Poesia at 8/02/2008 0 comentários